“Eu gosto muito do presidente Xi”, disse esta quinta-feira em Davos Donald Trump, num período de “diálogo” com um painel de líderes empresariais norte-americanos e europeus. O presidente norte-americano recordou que o presidente chinês lhe telefonou para o congratular pela vitória eleitoral e adiantou que tem na agenda falar com Pequim sobre o défice comercial dos EUA com a China, pedir “ajuda para acabar com a guerra na Ucrânia" e discutir uma desnuclearização.
Na intervenção por vídeo que fez no Fórum Económico Mundial, a decorrer na Suíça, Trump não escondeu que “a relação comercial com a China não é justa”, mas não avançou que, a partir de 1 de fevereiro, a sua Administraçao vai avançar com uma agravamento das taxas alfandegárias em relação às exportações chinesas, ao contrário do que já ameaçou em relação aos dois vizinhos Canadá e México.
Nos primeiros nove meses do ano, o défice comercial global dos EUA subiu para mais de 660 mil milhões de dólares (637 mil milhões de euros), sendo a China o principal credor. De janeiro a novembro, o défice com a China atingiu 270 mil milhões de dólares (260 mil milhões de euros), segundo o US Census Bureau.
Para todo o ano de 2024, as Alfândegas chinesas apontam para um excedente chinês de mais de 361 mil milhões de dólares (347 mil milhões de euros) em relação aos EUA. Os chineses falam de um aumento de cerca de 7% em relação ao ano anterior. As importações norte-americanas da China aceleraram na ponta final do ano depois da vitória de Trump, como antecipação às taxas que a nova Administração possa vir a impor sobre os produtos chineses. Os importadores norte-americanos preferiram importar para stock.