Portugal, o maior consumidor per capita de peixe da União Europeia e o terceiro maior mundo, com uma média de 56 kg/pessoa, “só produz em aquacultura 4% do pescado que consome, o que é manifestamente pouco”, diz ao Expresso Isidro Blanquet, secretário-geral da APA — Associação Portuguesa de Aquacultores. “Produzimos 18 mil toneladas, um número curto quando comparado com os quatro milhões de toneladas da Europa e os 130 milhões existentes à escala global, e podíamos facilmente chegar às 100 mil”, assegura. O problema? “Temos muita área disponível que não podemos utilizar por questões burocráticas, como salinas abandonadas em que não podemos tocar. Falta decisão política que torne a produção de alimentos em Portugal uma prioridade, mas vemos a publicação constante de portarias e planos de proteção especial para tudo o que é área disponível a impedir qualquer atividade económica, nomeadamente a aquacultura”, aponta.