Às vezes basta uma ou duas palavras para ficarmos convencidos de que podemos ganhar dinheiro enquanto salvamos o planeta. Palavras como “sustentável”. É o que prometem aos investidores os bancos que comercializam os chamados fundos de investimento “verdes” ou ESG (Environmental, Social and Governance, ou seja, fundos alinhados com objetivos ambientais, sociais e de governação). Mas estes fundos supostamente verdes continuam a investir dezenas de milhares de milhões de euros nos maiores emissores de CO2 (dióxido de carbono) do mundo. São estas as conclusões de uma investigação realizada pela rede European Investigative Collaborations (EIC) — de que o Expresso faz parte, juntamente com uma dúzia de outros media europeus, incluindo o Mediapart — e pelo Voxeurop, com base em dados financeiros da Bolsa de Valores de Londres (LSE).
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Investigação: fundos de investimento supostamente verdes investiram 81 mil milhões de euros nas empresas que mais emitem CO2
Uma investigação da rede EIC com o Voxeurop revela que mais de 4300 fundos europeus classificados como “verdes” pelos critérios da União Europeia acumulavam 81 mil milhões de euros em investimentos no final de 2023 nas 200 empresas que mais emitem dióxido de carbono no mundo, incluindo em multinacionais de petróleo e gás
Yann Philippin (Mediapart), Giorgio Michalopoulos e Stefano Valentino (Bertha Challenge Fellow)