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BCE corta juros pela primeira vez com a inflação acima de 2%

O Banco Central Europeu decidiu cortar esta quinta-feira os juros em 25 pontos-base, como era antecipado pelos mercados, depois de os seus principais dirigentes terem considerado nos últimos dois meses esta primeira descida como um “facto consumado”. É a primeira vez que o banco do euro decide reduzir taxas com a inflação acima do seu objetivo de 2%. A reunião não antecipou próximos cortes e mantém a política de prudência

KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/Getty Images

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira cortar os juros em 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual), descendo a taxa de refinanciamento para 4,25% e a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos comerciais nos cofres do Eurosistema para 3,75%. As novas taxas entram em vigor a partir de 12 de junho.

O conselho do BCE decidiu avançar com esta decisão “com base numa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, considerando que é “agora apropriado moderar o nível de restritividade da política monetária, após as taxas de juro terem sido mantidas constantes durante nove meses”, refere o comunicado do banco central.

A justificação é clara: “Desde a reunião do Conselho do BCE de setembro de 2023, a inflação desceu mais de 2,5 pontos percentuais e as perspetivas de inflação melhoraram significativamente. A inflação subjacente também abrandou, reforçando os sinais de enfraquecimento das pressões sobre os preços, tendo as expectativas de inflação baixado em todos os horizontes. A política monetária manteve as condições de financiamento restritivas. Ao atenuar a procura e manter as expectativas de inflação bem ancoradas, tal deu um contributo importante para a descida da inflação”.