Os Estados Unidos vão taxar a setores estratégicos como semicondutores, veículos elétricos, baterias ou painéis solares de fabrico chinês. As novas tarifas serão impostas com base na Secção 301 da Lei do Comércio dos EUA, que permite ao governo tomar unilateralmente medidas punitivas contra práticas comerciais consideradas desleais. Segundo televisão americana “Bloomberg”, as medidas deverão ser anunciadas já na próxima terça-feira.
Os EUA estão a enfrentar "práticas económicas injustas e a sobrecapacidade industrial" da China, disse Biden no mês passado. "Não estou à procura de uma luta com a China. Estou à procura de concorrência, mas uma concorrência justa".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China apelou a Washington para que anule as restrições e acrescentou que a Pequim tomará medidas para defender os seus direitos e interesses.
"Em vez de pôr termo a estas práticas erradas, os EUA continuam a politizar as questões comerciais. A China adotará todas as medidas necessárias para defender os seus direitos e interesses", afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério.
A União Europeia e os EUA estão a ser afetados por um forte fluxo de importações mais baratas provenientes da China.
As restrições às importações de "carros inteligentes" chineses também vão ao encontro das preocupações de segurança americanas, que alegam que os interfaces dos veículos inteligentes podem ser pirateados.
“Imaginem se houvesse milhares ou centenas de milhares de veículos chineses nas estradas americanas que pudessem ser imediata e simultaneamente desativados por alguém em Pequim", afirmou Gina Raimondo, Secretária americana do Comércio.
Concorrência desleal também alarma Bruxelas
Em outubro de 2023, a Comissão Europeia iniciou um inquérito para determinar se as cadeias de valor dos veículos elétricos a bateria estão a beneficiar da concessão de subvenções ilegais e se estas práticas causam ou ameaçam causar um prejuízo económico aos produtores de veículos elétricos de bateria da UE.
“O sector dos veículos elétricos tem um enorme potencial para a competitividade futura da Europa e para a sua liderança industrial ecológica. Os fabricantes de automóveis da UE e os sectores conexos já estão a investir e a inovar para desenvolver plenamente este potencial. Sempre que encontrarmos provas de que os seus esforços estão a ser impedidos por distorções do mercado e concorrência desleal, atuaremos de forma decisiva”, explicou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão.
Por este motivo estão também em curso investigações sobre potencial concorrência desleal em equipamentos de segurança, turbinas eólicas, painéis solares e equipamento médico.