O afastamento de Ana Jorge do cargo de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e dos restantes elementos da mesa da instituição foi justificado pela ministra do Trabalho, Rosário Palma Ramalho, e pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, com “atuações gravemente negligentes” por parte da cúpula da Santa Casa de Lisboa.
O Governo culpabiliza a equipa liderada por Ana Jorge pela “ausência de um plano de reestruturação financeira, tendo em conta o desequilíbrio de contas entre a estrutura corrente e de capital, desde que tomou posse até agora”, segundo se lê nos despachos de cessação de funções publicados esta terça-feira em “Diário da República”.
Na decisão de afastamento da antiga ministra da Saúde pesou ainda “a não prestação de informações essenciais ao exercício da tutela, nomeadamente, a falta de informação à tutela sobre o relatório e contas de 2023, mesmo que em versão provisória, e sobre a execução orçamental do primeiro trimestre de 2024”.
O despacho agora publicado acusa ainda a equipa de Ana Jorge de uma “ausência de resposta de todos os pedidos de informação até agora solicitados”.
O despacho foi assinado esta segunda-feira, 29 de abril, e produz efeitos já a partir desta terça-feira.
Recorde-se que em causa está o trabalho de auditoria à expansão internacional da Santa Casa de Lisboa, que levou a instituição a registar perdas de dezenas de milhões de euros nos últimos anos.