As exportações e importações portuguesas de bens voltaram a cair no primeiro trimestre, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE). De acordo com a estimativa rápida da autoridade estatística portuguesa divulgada esta segunda-feira, 29 de abril, as exportações de bens terão caído 4,2% nos primeiros três meses do ano em comparação com o mesmo período de 2023. Já as importações terão recuado a um ritmo mais elevado: 6%.
Os dados do INE mostram a continuação de uma tendência (que se iniciou no segundo trimestre de 2023) de diminuição do valor nominal (isto é, sem se descontar o efeito da inflação) dos bens comprados e vendidos ao estrangeiro. Pelo quarto trimestre consecutivo, o montante total dos bens exportados e importados caiu.
O ritmo de queda acelerou, até, nos primeiros três meses de 2024: de outubro a dezembro de 2023 as exportações de bens tinham caído 1,8%, ao passo que as importações recuaram 5,3%.
Será um efeito do processo de desinflação (isto é, a queda da taxa de inflação) que já se fez sentir em 2023. Se em 2022 as exportações de bens aumentaram 23,2% e as importações dispararam 31,7%, no ano seguinte caíram 1% e 4,1%, respetivamente, em paralelo com o abrandamento da inflação.
A deflação nos combustíveis tem sido, nos últimos meses, um fator importante para esta tendência: os preços significativamente abaixo dos picos registados em 2022 e 2023 refletem-se no montante de bens importados e exportados pelas empresas portuguesas.
Apesar da estabilização dos preços e da incerteza internacional, as empresas portuguesas preveem que 2024 seja um ano de crescimento das exportações de bens na ordem dos 2,9%.