Se tudo se mantiver constante, isto é, se os pressupostos que até aqui guiaram as políticas económicas e orçamentais se mantiverem no futuro, o Estado deverá continuar a apresentar excedentes orçamentais (recentemente associados à expressão “cofres cheios”) até 2028, prevê o Conselho das Finanças Públicas (CFP). Mas, com a entrada de um novo governo no poder, há novas medidas que estarão na calha e que serão debatidas no Parlamento já na quinta-feira. Ciente disso, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral avisa, à semelhança de entidades como o Banco de Portugal, que as pressões para mais despesa podem representar fatores de risco para o equilíbrio orçamental a médio-prazo.
Nas Perspetivas Económicas e Orçamentais 2024-2028 publicadas pelo CFP esta terça-feira, 9 de abril, a instituição antecipa um excedente de 0,5% do PIB em 2024 (abaixo do de 0,8% previsto em setembro devido ao abrandamento da economia e às medidas aprovadas entretanto a nível dos rendimentos, segundo a instituição), prevendo também excedentes até 2028. Mas ressalva que este cenário pode não se concretizar, se se cumprirem alguns riscos para o equilíbrio das contas do Estado.