As criações de porcos da China são metade do efetivo global deste animal devido à grande procura interna por esta carne. Recentemente, um aumento inesperado do número destes animais no país fez com que os preços da carne de porco caíssem fortemente. E o governo central de Pequim entrou em jogo para impedir que tal voltasse a acontecer, com novas regras regulatórias para controlar as criações suínas.

Segundo o Financial Times desta terça-feira, 5 de março, o Ministério da Agricultura chinês publicou novas regras para o controlo da população suína, de forma a “evitar grandes flutuações na capacidade de produção de porcos”. A China fechou o ano de 2023 com 434 milhões de porcos, quando em 2019 tinha-se ficado pelos 310 milhões. Em 2023, os preços da carne de porco caíram 13,6%, de acordo com dados do banco de investimento Nomura citados pelo jornal.

O governo chinês definiu que o alvo de retenção de fêmeas deverá baixar para os 39 milhões, face a 41 milhões, alegando a necessidade de “melhorar a eficiência de produção e a estabilização do consumo de carne de porco”.

Este combate à queda dos preços da carne de porco enquadra-se numa luta maior do governo de Pequim contra a deflação dos preços sentida na economia chinesa, que se intensifica há vários meses. A carne de porco é, recorda o jornal britânico, o componente mais relevante no cálculo da taxa de inflação do país.

As criações chinesas de porcos baixaram fortemente entre 2018 e 2021, afetadas por surtos de peste suína. Seguiram-se medidas que visaram o aumento da produção, o que deu origem ao excesso de oferta dos últimos tempos, explica o Financial Times.

A agência de notação financeira Fitch disse, entretanto, que a situação de sobreprodução irá continuar até ao segundo trimestre deste ano.