A Standard & Poor's anunciou esta sexta-feira ter decidido melhorar a avaliação do risco de crédito da República Portuguesa. A agência de rating subiu a notação da dívida pública portuguesa para o nível de A-, além de ter atribuído uma classificação de “positivo” às perspectivas de evolução próxima. Com esta decisão, Portugal passa a ter, ao fim de 13 anos, todas as agências de 'rating' a classificá-lo entre os níveis ‘A’.
A Standard&Poor's (S&P) justifica a decisão com a "acentuada desalavancagem de Portugal" estar "a alimentar uma melhoria significativa e contínua da posição financeira externa do país e a aliviar os riscos de liquidez externa". "Uma parte da desalavancagem decorre da rápida redução do rácio dívida pública/PIB [Produto Interno Bruto] apoiada por um forte desempenho orçamental", explica. A agência norte-americana acredita que o governo que sair das eleições legislativas de 10 de março "irá continuar a exercer disciplina orçamental e a concentrar-se na execução dos fundos da UE NextGeneration".
Os analistas consultados pela Lusa já acreditavam que a agência de notação financeira iria melhorar a notação de Portugal, depois de, na última avaliação, em setembro de 2023, ter mantido o 'rating' do país em 'BBB+', mas melhorado a perspetiva de 'estável' para 'positiva'.
A S&P alinha, agora, a avaliação com as outras três principais agências internacionais de notação financeira, que no ano passado tiraram o país dos níveis 'B', colocando-o novamente nos níveis 'A' (dentro do nível 'A' as escalas variam entre A-/A/A+ ou A1/A2/A3).
Antes da intervenção da 'troika' em Portugal, em 2011, as quatro agências ainda classificavam a dívida soberana portuguesa nos níveis 'A', cortando drasticamente a avaliação depois do pedido de ajuda financeira.
O país precisou de sete anos para deixar de ter 'ratings' "lixo", e agora, ao fim de 13 anos, a trajetória de redução do endividamento do país é a principal justificação para as agências colocarem o risco do país no patamar dos níveis 'A', permitindo um financiamento com custos mais baixos pela República.
A próxima agência a pronunciar-se sobre Portugal será a Fitch, em 22 de março. A Fitch avalia atualmente a dívida soberana portuguesa em 'A-', com perspetiva estável, a DBRS em 'A', com perspetiva estável; e a Moody's em 'A3', com perspetiva estável.
O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito. Os calendários das agências de 'rating' são meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.