Economia

Greve na Caixa Geral de Depósitos: sindicato diz que adesão é de 76%, banco garante que não é significativa

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) diz que “76% dos trabalhadores dos serviços centrais e agências aderiram à greve”. O banco público garante em comunicado que “os números avançados pelos sindicatos estão completamente fora da realidade, tendo a adesão registada sido pouco significativa”

Paulo Macedo, presidente executivo da CGD
Luis Barra

A adesão à greve na Caixa Geral de Depósitos está a ser “muito significativa”, afirma ao Expresso Pedro Messias, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), o mais representativo do banco.

“76% dos trabalhadores nos serviços centrais e agências aderiram, é a informação que temos de todo o país”, precisa Pedro Messias. A partir das 12h desta sexta-feira há uma concentração junto à sede da CGD, em Lisboa.

Em comunicado, a instituição bancária presidida por Paulo Macedo desdiz o sindicato e garante que “os números avançados estão completamente fora da realidade, tendo a adesão registada sido pouco significativa”. 92% das agências estão abertas em todo o país, assim como 100% dos gabinetes de empresas, acrescentam.

Greve e concentração de trabalhadores do Grupo Caixa Geral Depósitos, esta manhã junto à sede da mesma em Lisboa, 1 de março de 2024. A greve é convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral Depósitos
MIGUEL A. LOPES

Ao Expresso, Pedro Messias já antecipava esta situação: “A CGD vai dizer que as agências estão abertas porque têm lá um trabalhador”.

Por sua vez, a CGD “minimiza os efeitos negativos desta greve junto dos seus clientes”, quer “através dos seus canais digitais com mais de 2,5 milhões de clientes ativos”, assim como no “parque de máquinas que faz tesouraria automática na maior parte das agências de grande afluência transacional”. O perfil de transações registadas nos diversos canais "não sofreu alterações face aos dias anteriores" e há “mais de 3 milhões de cartões multibancos para auto-serviço”, esclarecem.

Pedro Messias avança ao Expresso que, esta quinta-feira, o sindicato “fez uma queixa à Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT)” por ter “havido por parte de hierarquias intermédias do banco pressão para que os trabalhadores não fizessem greve e comparecessem no local de trabalho”.

Em, comunicado enviado à agência Lusa e, mais tarde ao Expresso, a CGD refere que “esta greve demonstra a politização por parte das estruturas sindicais”, lamentando que aconteça “em plena campanha eleitoral”. Porém, frisa-se que a Caixa respeita “o direito à greve” e que “o número de pessoas que aderiram está registado em sistema”.

O número de trabalhadores da CGD em Portugal ascende a 6378, segundo números do banco até setembro. O número de agências totaliza 515, no mesmo período.