Depois da subida de janeiro, a inflação terá voltado aos recuos no segundo mês do ano. Em fevereiro, o Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a taxa de inflação terá ficado nos 2,1% (o que compara com 2,3% em janeiro), segundo os dados divulgados esta quinta-feira.
A taxa medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) desceu, portanto, 0,2 pontos percentuais em relação a janeiro. Ainda assim, continua a ser uma taxa superior à registada no final de 2023 (1,4% em dezembro).
Este valor é superior à ‘marca’ dos 2% considerada segura pelos bancos centrais na condução da política monetária. Portugal tinha ficado abaixo deste valor não só em dezembro, mas também em novembro (1,5%). Na teoria, com uma taxa de inflação abaixo de 2%, é seguro começar a baixar os juros - ainda que haja mais fatores a considerar.
Um dos fatores a que o Banco Central Europeu está mais atento é a inflação subjacente. Em Portugal, este indicador tem continuado a sua tendência decrescente, atingindo os 2,2% em fevereiro (2,4% em janeiro). A inflação subjacente mede a evolução de um cabaz de bens e serviços com mudanças menos frequentes (exclui bens energéticos e produtos alimentares não transformados) e com oscilações menos pronunciadas de preço.
O INE indica que o índice relativo aos produtos energéticos “aumentou para 4,3% (0,2% no mês precedente) enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá diminuído para 0,8% (3,1% em janeiro), parcialmente em consequência do efeito de base associado ao aumento de preços registado em fevereiro de 2023 (variação mensal de 1,4%)".
Em relação a janeiro, a taxa de inflação terá sido de 0,1%. Em janeiro a inflação em cadeia tinha sido nula.
O INE estima ainda que o índice harmonizado de preços no consumidor - indicador usado para a comparação entre países da União Europeia - se tenha fixado nos 2,3% (2,5% no mês anterior).
Os dados definitivos da inflação de fevereiro serão divulgados a 12 de março.
Notícia atualizada às 11h23