Economia

Lucros do Santander sobem 57,3% para €894,6 milhões em 2023

O Santander Portugal obteve em 2023 “resultados muito bons", afirma Pedro Castro Almeida, presidente executivo do banco. As melhorias revelam-se na rentabilidade e eficiência. Os depósitos caíram e a carteira de crédito subiu 3%

Pedro Castro Almeida lidera a operação do Santander em Portugal.
TIAGO MIRANDA

Em 2023, o Santander atingiu um resultado “muito positivo”, destacou o presidente executivo do banco, referindo que a par dos bons resultados - lucros de 894,6 milhões de euros - o Santander é das empresas privadas a que mais paga impostos em Portugal.

“O banco paga 583 milhões de euros sobre os resultados do banco”, contabilizando o que é pago em termos de IRC, contribuição extraordinária e contribuição adicional de solidariedade, entre outros", sublinha Pedro Castro Almeida.

O presidente executivo sublinhou ainda que o banco “incrementou a sua base de clientes em 70 mil em 2023”.

Crédito às empresas sobe mais de 13%, nos particulares derrapa 4,7%

O Santander esteve em 2023 mais dinâmico no crédito concedido às empresas e foi menos expressivo nas remunerações em depósitos, canalizando os clientes para produtos fora do balanço, como fundos de investimento.

O crédito bruto a clientes cresceu 3% para 44,6 mil milhões de euros, com destaque para a queda no segmento de particulares, nomeadamente no crédito para a habitação que recuou 4,7% para 22 mil milhões de euros, tendo o consumo recuado 1,7% para 1,78 mil milhões de euros. O decréscimo dos empréstimos para compra de casa decorrem entre outras situações do aumento das taxas de juros e de uma contração dos portugueses na compra de habitação.

Já no que toca ao crédito concedido às empresas e institucionais verificou-se uma subida de 13,7% para 20,478 mil milhões de euros.

No que diz respeito aos recursos captados verificou uma derrapagem de 5,4%. Os depósitos derraparam 8,5% para 35,2 mil milhões de euros. Já os recursos fora do balanço registaram um aumento de 11,1% para mais de 8 mil milhões de euros. Os fundos de investimento geridos ou comercializados pelo banco cresceram 17,4% para 4,2 mil milhões de euros.

A margem financeira no banco cresceu 90,5% para 1,491, mil milhões de euros, um resultado expressivo devido às altas taxa de juros que se traduziram num maior encaixe dos juros cobrados nos créditos.

As comissões líquidas registaram um decréscimo de 2,8% para 457 milhões de euros.

Os custos operacionais sobem 7% para 519,8 milhões de euros.

As provisões líquidas e outros resultados ascenderam a 51,9 milhões de euros, “refletindo o aumento dos encargos relacionados com a contribuição extraordinária sobre o setor bancário e com o adicional de solidariedade", entre outras.

Em 2023, o Santander registou uma melhoria na rentabilidade de capitais próprios (ROE) para 23,4% quando em dezembro de 2022 foi de 12,3%. O rácio de eficiência também melhorou de 37,6% para 26,6% e o rácio CET1 subiu ligeiramente de 16,3% para 16,9%.