Economia

Inflação na zona euro desce em janeiro para 2,8%

Depois de uma subida em dezembro passado para 2,9%, a taxa de inflação na zona euro desceu para 2,8% em janeiro, segundo a estimativa publicada esta quinta-feira pelo Eurostat. A inflação portuguesa subiu para 2,6%

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Nuno Fox

A inflação na zona euro abrandou em janeiro, depois de uma subida em dezembro passado. Segundo a estimativa rápida avançada esta quinta-feira pelo Eurostat, a inflação global nos 20 da moeda única desceu para 2,8%, em termos homólogos (ou seja, em relação a janeiro de 2023). Em dezembro tinha registado 2,9%. A principal contribuição para o abrandamento da subida de preços no consumidor vem da energia, cujos preços caíram 6,3%.

A inflação sem as componentes mais voláteis, o que os economistas designam por inflação subjacente, abrandou para 3,3%, registando uma ligeira descida em relação a dezembro passado (3,4%).

A dinâmica inflacionista continua a verificar-se nos produtos alimentares não processados (como frutas, legumes, peixe, ovos e carne fresca) com a inflação em 7% (acima dos 6,8% de dezembro) e nos serviços onde a subida de preços estabilizou em 4% ao mês desde novembro, com os analistas a referirem o papel do aumento salarial neste vasto sector.

Portugal com inflação abaixo da média da zona euro

No caso de Portugal, o organismo de estatística da União Europeia avança com uma taxa de inflação em janeiro de 2,6%, acima da registada em dezembro (1,9%), apontando para uma aceleração do custo de vida. Deste modo, a inflação portuguesa ficou ligeiramente abaixo da média na zona euro (2,8%).

A economia portuguesa regista uma variação de preços que a coloca no grupo com taxas mais baixas: Finlândia (0,7%), Itália (0,9%), Letónia e Lituânia com 1%, Bélgica (1,8%), Chipre (2%) e Portugal (2,6%). A dinâmica da inflação em Portugal é mais fraca do que na vizinha Espanha, onde a taxa subiu de 3,3% em dezembro passado para 3,5% em janeiro.

A estimativa do Eurostat para Portugal é baseada no índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) que é distinto do Índice de Preços no Consumidor avançado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em Lisboa. A estimativa publicada pelo INE aponta para 2,3% em janeiro, acima da inflação registada em dezembro (1,4%). Esta aceleração é em parte explicada pelo aumento de preços da eletricidade e pelo fim da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais.

Inflação dentro da zona euro continua com ritmos distintos

O processo de desinflação (de descida da taxa de inflação) continua com um perfil de grande heterogeneidade dentro da zona euro, o que dificulta a estratégia do Banco Central Europeu (BCE) para o início do corte de juros.

Em janeiro, as taxas de inflação mais altas registaram-se na Estónia (5%), e na Croácia, Áustria e Eslováquia acima de 4%.

Na economia de referência, a alemã, a inflação abrandou para 3,1%.

O motor da desinflação continua a estar centrado nos preços da energia e a resistência situa-se nos preços dos alimentos não processados e nos serviços. No entanto, a inflação subjacente - para a qual o BCE olha com atenção - abrandou ligeiramente para 3,3%.

O BCE só volta a reunir o conselho a 7 de março, quando analisará os dados da inflação em janeiro e fevereiro e as projeções económicas da sua equipa de economistas.