Quatro acionistas da Global Media, entre eles Marco Galinha, empresário que controlou o grupo até setembro deste ano, acusaram, esta sexta-feira, o World Opportunity Fund, que controla a maioria do capital, de “manifesto incumprimento quanto a obrigações relevantes dos contratos, que, ao não ter ocorrido, teria permitido o pagamento dos salários e o cumprimento de outras responsabilidades da empresa”
Passado um dia da publicação do comunicado, o grupo Global Media sentiu-se “forçado”, segundo as suas próprias palavras, a emitir uma nota de esclarecimento.
Ao comunicado subscrito pelos acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira, o grupo de comunicação social chama-lhe “insólito”.
Começa por esclarecer que “ao longo dos dois meses e meio em que está em funções, esta Comissão Executiva, órgão esse em que o acionista Marco Galinha tem assento, não tem deixado de, pese todos os incumprimentos, envidar todos os esforços para dignificar e preservar os títulos do Global Media e os seus trabalhadores”.
E defende-se ao dizer que “todas as decisões relevantes para o grupo, incluindo o plano de reestruturação” foram discutidas e aprovadas atempadamente, pelos órgãos administrativos e executivos, incluindo os acionistas.
Ao remeter para uma reunião realizada a 15 de dezembro, onde foi discutida a situação financeira do grupo entre Comissão Executiva e acionistas, foram expostas situações que “suscitaram sérias dúvidas quanto à sua legalidade e transparência”, por isso, a Comissão solicitou “aos acionistas que fizessem algum esforço financeiro no sentido de minorar a difícil situação existente a nível financeiro, pedido esse que foi liminarmente rejeitado, não se mostrando qualquer um deles disponível para tal”.
Ainda assim, o grupo dos acionista mostrou, na mesma reunião, confiança e apoio no plano de reestruturação que está a ser levado a cabo pela empresa de comunicação social.
Na sua nota, a Global Media volta a sublinhar que este plano de reestruturação é indispensável.
Por fim, a Comissão Executiva do grupo decidiu realizar “uma auditoria a todas as decisões, operações e negócios que conduziram o Global Media Group ao estado atual, não sendo de descurar uma posterior decisão em recorrer a outras instâncias, no sentido de apurar eventuais responsáveis por situações menos claras e que indiciam em alguns casos uma gestão, no mínimo, pouco transparente.”