Não será por falta de capacidade de investimento que a ANA — Aeroportos de Portugal, controlada pela francesa Vinci, não avançará para obras mais profundas no Aeroporto Humberto Delgado (AHD). A antiga Portela tem permitido à Vinci, hoje uma das maiores concessionárias do mundo, um encaixe generoso, com receitas e lucros a disparar, puxados pelo turismo.
Desde o início do contrato de concessão, que completou uma década na passada quinta-feira, a ANA soma lucros de €1,437 mil milhões e meios libertos (cash-flow) de mais de €3 mil milhões, revelam dados da análise económico-financeira da Comissão Técnica Independente (CTI), num estudo coordenado por Fernando Alexandre, da Universidade do Minho. O recorde foi batido em 2022, ano em que a concessionária obteve um lucro de €324 milhões. Em 10 anos, houve apenas um com prejuízo, 2020, o ano da pandemia: -€72 milhões. De resto, foi sempre a crescer, desde 2013, ano em que o lucro foi de €11 milhões.