Apesar da indubitável carga política que marcou a investidura de Pedro Sánchez como chefe do segundo Governo de coligação da democracia espanhola, o peso que a economia irá ter na ação governamental dos próximos quatro anos ficou claro desde o primeiro momento. Os quatro esteios em que Sánchez irá apoiar o seu gabinete ministerial são vice-presidências vinculadas aos assuntos económicos; foram criadas duas novas pastas, as da Habitação e da Transição Digital, e foram reestruturadas outras três áreas, relacionadas com a Indústria, o Comércio e o Turismo.
Todo o desenho administrativo do Executivo recém-estreado, que é integrado pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda) e pelo grupo Somar (partidos de diversas procedências situados à esquerda do PSOE), está pendente, não obstante, de saber se a mais próxima colaboradora de Sánchez, a primeira vice-presidente do Governo e ministra da Economia, Nadia Calviño, é ou não eleita para a presidência do Banco Europeu de Investimentos (BEI). A eleição, que se apresenta muito complicada, terá lugar em 8 de dezembro. A substituição de Calviño obrigaria a um reajuste de pessoas e de pastas ministeriais na área económica do Governo.