Economia

Redação do JN pede “esclarecimento” à administração sobre despedimento coletivo

Em causa está o despedimento de “56 trabalhadores dos serviços partilhados e setor comercial, 40 da redação do ‘Jornal de Notícias’, 30 da TSF e um número ainda indefinido de ‘O Jogo’”

Os trabalhadores do “Jornal de Notícias” (JN) pediram, esta sexta-feira, um “cabal esclarecimento” à administração da Global Media Group (GMG) sobre o possível despedimento coletivo. A decisão foi tomada em plenário.

A redação disse, em comunicado, que os trabalhadores souberam, esta quinta-feira, da intenção da administração proceder “ao despedimento coletivo de 140 a 150 pessoas no Global Media Group”. Em causa estão “56 trabalhadores dos serviços partilhados e setor comercial, 40 da redação do ‘Jornal de Notícias’, 30 da TSF e um número ainda indefinido de ‘O Jogo’”.

Os trabalhadores do JN repudiaram as declarações da administração do GMG à comunicação social na quinta-feira, em que negou a intenção, considerando que se tratou de "um ato de desrespeito pela redação na pessoa dos seus representantes eleitos". Esta quinta-feira, o novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, disse ao “Eco” que "não há decisão nenhuma".

Além disso, os trabalhadores do JN solicitaram também ao Sindicato dos Jornalistas "a preparação de um pré-aviso de greve para os dias 6 e 7 de dezembro", convocando ainda um novo plenário para 30 de novembro.

As representantes dos trabalhadores foram convocadas pela administração para uma reunião, às 14h30 horas de quinta-feira, dia 23 de novembro, para lhes comunicar a intenção de proceder ao despedimento coletivo de 140 a 150 pessoas no Global Media Group”. Ainda de acordo com o comunicado, a redação do JN está a ponderar "acionar os meios legais e judiciais ao seu dispor na defesa dos direitos dos trabalhadores", sublinhando "a força e a importância do título-âncora do GMG, o Jornal de Notícias".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) referiu esta sexta-feira, em comunicado, que considera "inadmissível, inviável e impensável" a intenção do Global Media Group de avançar com o despedimento de 150 pessoas, lembrando que é "quase um terço dos cerca de 500 trabalhadores da empresa".

De acordo com o SJ, esta intenção, "com impacto primordial na TSF e no JN, é verdadeiramente inadmissível e deve fazer pensar as pessoas e as instituições deste país, pois, por coincidência, vai afetar mais dois dos órgãos que mais têm tentado dignificar as condições de trabalho e dos trabalhadores e com isso a defender o jornalismo de qualidade".

A estrutura sindical criticou ainda o novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, por ter desmentido, em declarações a meios de comunicação social, o que "a administração anunciou de viva voz a vários representantes de trabalhadores no grupo", referindo que os despedimentos são apenas "uma hipótese teórica".