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Crise política não belisca juros da dívida e 'rating' até sobe: momento da verdade vem depois das eleições

Os juros das obrigações portuguesas a 10 anos desceram de 3,43% para 3,23% desde o pedido de demissão de António Costa. E a Moody's até subiu o rating de Portugal. Projeções para junho de 2024 colocam Portugal com juros inferiores à Finlândia e França pressupondo que a estratégia orçamental não é alterada pelo próximo governo. Os analistas ouvidos pelo Expresso inclinam-se para que a condicionante fundamental dos juros da dívida portuguesa venha de ‘fora’. “Os movimentos nos juros da dívida de Portugal têm estado muito mais influenciados pelo mercado global de obrigações do que por temas idiossincráticos”, nota Filipe Garcia, presidente da consultora financeira IMF
TIAGO MIRANDA

Aconteceu tudo ao contrário do que seria expectável com uma crise política em Portugal, que levou à marcação de eleições legislativas antecipadas para março do próximo ano e a um clima de suspeição alimentado pela ‘Operação Influencer’. Os juros da dívida até desceram e a agência de notação que pior classificava a dívida portuguesa melhorou significativamente o rating de Portugal.

Desde o pedido de demissão de António Costa, a 7 de novembro, os juros desceram duas décimas. E a Moody's surpreendeu os mercados subindo o rating para A3 (equivalente a A- nas outras agências) na sua decisão de sexta-feira passada. Não estão agendadas mais avaliações de rating por outras agências até final do ano.