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Economia

Empresas admitem contenção nas contratações

Impacto da crise política na economia, associado à instabilidade gerada pelos conflitos internacionais, está a deixar apreensivas as empresas. Contratações podem abrandar

Principais recrutadores admitem preocupação das empresas e não descartam que crise política possa afetar o emprego
Getty Images

O cenário já era de incerteza, fruto de um contexto internacional onde dois conflitos militares — na Europa e agora no Médio Oriente — têm gerado um impacto negativo no comércio mundial, aumento do custo da energia e escalada de preços. A crise política que levou o primeiro-ministro António Costa a apresentar a demissão, à beira da votação final do Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024), veio agravá-lo. Apesar da decisão do Presidente da República de só dissolver o Parlamento após a votação final global do OE 2024, marcada para dia 29 de novembro, e de convocar eleições para 10 de março de 2024, as empresas estão “preocupadas”, apontam alguns recrutadores ouvidos pelo Expresso, que admitem a possibilidade de retração nas contratações até que o cenário futuro do país se clarifique.

A mais recente análise trimestral do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativa ao terceiro trimestre do ano, aponta para a estabilização da taxa de desemprego em 6,1% e um recorde na população empregada no país, que ultrapassou, pela primeira vez desde 2009, os cinco milhões de trabalhadores. Mas os últimos indicadores mensais do mercado de trabalho já dão sinais de alerta. Desde agosto que o desemprego medido pelo INE está aumentar, fixando-se em setembro em 6,5%, e o desemprego registado — medido pelo número de inscritos nos centros de emprego nacio­nais — também tem subido, voltando a superar em setembro os 300 mil desempregados, algo que não acontecia desde março deste ano.