Já imaginou a sua vida trabalhando quatro dias por semana? Teria mais tempo para brincar com os seus filhos ou para visitar mais vezes os seus pais sem a pressão do dia a dia, tratar da lista de tarefas que não para de crescer, ir ao ginásio, ler aquele livro que está há meses na mesinha de cabeceira, tomar café com a amiga que já não vê desde o seu casamento, investir a sério no seu hobby, fazer escapadas de três dias, ir a museus, voltar a estudar, a ir à missa ou a tocar guitarra. Enfim, viver ou simplesmente descansar — fechar os olhos e desligar-se de um mundo cada vez mais frenético.
E as empresas? E a economia? Se só trabalharmos quatro dias, as empresas vão produzir menos e a economia vai afundar-se ainda mais. Com todos os nossos problemas económicos — baixa produtividade, inflação, dívida, falta de trabalhadores —, que sentido faz reduzir a semana de trabalho? A nossa cabeça esmaga a ideia com o terrível peso da realidade. Estes são os sentimentos que a semana de quatro dias desperta: uma profunda atração e um ceticismo natural de algo que parece ficção. Por isso, é frequentemente descrita como uma utopia, tão sublime quanto irrealizável. Porquê perder tempo com utopias?
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.