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Economia

Um almoço em que a crise política fugiu da ementa, porque a economia é que interessa a Mário Centeno

Nas reuniões no BCE Mário Centeno fala em nome individual, e é importante que as pessoas conheçam a sua opinião. Por isso é que lançou a Encruzilhadas Políticas, uma publicação que gerou polémica por alegadamente extravasar as suas competências. Numa altura em que o seu nome é abertamente ventilado nos bastidores políticos, Centeno diz que quer mesmo é falar de economia

TIAGO MIRANDA

Ao lado do arranjo de flores, ao centro da mesa, há uma pequena bandeira americana ao lado de uma pequena bandeira portuguesa. São oito as mesas redondas espalhadas pelo palco do teatro, cada uma com cerca de oito pessoas sentadas, os pratos estão ainda vazios, e todos olham para um local: onde está Mário Centeno. Este é um almoço promovido pelo American Club de Lisboa, em que os oradores vão normalmente mudando, mas este não é um dia como qualquer outro, ainda que o governador do Banco de Portugal diga que é um “dia normal”.

A crise política aí está, o primeiro-ministro demitiu-se e Centeno até é um nome apontado dentro do PS (terá até sido uma das hipóteses avançadas por António Costa a Marcelo Rebelo de Sousa) como possível sucessor no caso de o país não ir para eleições antecipadas: nada que leve Centeno a comentar o assunto perante a plateia, na sua intervenção em inglês.

O governador sublinhou, ainda assim, que, quando fala, o que lhe interessa é a economia.