Tinham menos de 35 anos, um grau de qualificação baixo e estavam sem trabalho há menos de um ano. Era este o retrato da maior fatia dos desempregados portugueses no terceiro trimestre de 2023. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta semana, mostram que no período entre julho e setembro, o país contabilizou 326,1 mil pessoas sem trabalho. O número não chega para fazer mexer o ponteiro da taxa de desemprego, que se manteve estável nos 6,1% face ao trimestre anterior, mas traduz um agravamento de 4,4% (13,7 mil) no número de desempregados contabilizados face ao trimestre homólogo de 2022, e também face ao segundo trimestre deste ano, ainda que mais tímido (0,4%).
Mas quem são estes desempregados, numa altura em que apesar do cenário de incerteza económica, a taxa de desemprego se mantém em níveis próximos do estrutural e o emprego está em máximos desde 2009? Olhando para os indicadores conhecidos esta semana é possível perceber que o desemprego está sobretudo concentrado na população mais jovem. Quase metade (47,2%) da população desempregada no terceiro trimestre deste ano tinha menos de 35 anos, com o grupo dos 15 aos 24 anos a responder por praticamente 25% do desemprego contabilizado.