Foi nos primeiros dias de outubro de 2014 que subitamente se torna público que a Oi iria vender a PT Portugal, e que até já havia um candidato, a Altice, um fundo detido pelo franco-israelita Patrick Drahi, que investia no sector. A surpresa não podia ser maior. A 8 de setembro, um mês antes, os acionistas da PT e da Oi tinham — na sequência do buraco de €897 milhões provocado pela hecatombe do Grupo Espírito Santo (GES), onde a operadora tinha aplicações — assinado uma alteração do acordo de fusão que levaria à redução da participação da operadora portuguesa na CorpCo (empresa que resultou da fusão) dos 37,3% iniciais para 25,6%. Um encolhimento do peso dos portugueses na fusão, na prática a punição que resultava da desvalorização dos ativos da PT, provocada pela potencial perda. Acreditava-se então que o problema criado pelo investimento trágico de €897 milhões da PT no GES (noticiado pelo Expresso Diário a 26 de junho) ficava assim resolvido, e a fusão (um dano colateral da derrocada do banco liderado por Ricardo Salgado) seria para continuar. São, inclusive, feitas declarações por parte da Oi de que a PT Portugal “era estratégica” — foi o que ficou escrito no memorando, noticiava então o Expresso. Não estava no horizonte, pelo menos mediático, a possibilidade de a Oi vender a PT Portugal.
De repente tudo muda. A 11 de outubro, noticia o Expresso, o interesse da Altice na PT Portugal já ia avançado. Drahi e o seu sócio português tinham contratado o escritório de advogados de Daniel Proença de Carvalho para assessorar a potencial compra. Estava também em Lisboa uma equipa da Altice, chefiada por Dexter Goei, para acelerar o processo. Iriam falar com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Goei, ouvido pelo Expresso, assegurava que ainda não tinha formalizado a intenção de compra, mas tinha pressa em fechar o negócio. A Altice considerava, no entanto, os €7 mil milhões em que a PT estava avaliada um valor demasiado elevado.
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