Economia

Efacec: Privatização aprovada em Conselho Ministros, Mutares entra em novembro e traz um novo gestor

O novo acionista da Efacec, o fundo alemão Mutares, vai entrar a 2 de novembro. Traz uma equipa de cerca de 200 pessoas para fazer um plano em seis meses

Rui Duarte Silva
Foi aprovada esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a resolução que aprova a minuta para o concluir o processo de reprivatização da Efacec Power Solutions, cumprindo o previsto no acordo inicial entre a Mutares e o Estado.
O acordo será assinado no último dia de outubro. O fundo alemão Mutares entra na empresa a 2 de novembro. Se não houver nenhuma derrapagem de última hora. Será um ponto final numa nacionalização conturbada, e que se arrastou por quase três anos e meio.
A Mutares trará consigo uma equipa interna de consultores de cerca de 200 pessoas que irão juntamente com a gestão da Efacec delinear um plano estratégico que deverá ficar pronto em seis meses, avançou ao Expresso fonte conhecedora do negócio.

Mutares entre 15 milhões e só traz um gestor

O fundo alemão entrará apenas com 15 milhões de euros. Ao Estado caberá a parte de leão. A Parpública, como já foi noticiado, entrará com uma injeção superior a 50 milhões de euros, e o Banco de Fomento poderá investir até 30 milhões de euros, em obrigações convertíveis a emitir pela Efacec.
A gestão da Efacec deverá manter-se, prosseguindo na presidência Ângelo Ramalho, o gestor que já liderava a Efacec antes da sua nacionalização. Haverá, no entanto, um novo administrador financeiro, Jorge Barreiros, apurou o Expresso. É um gestor do Porto, que já colaborou com a Mutares.
A Parpública tem estado a injetar na Efacec desde novembro de 2022, mais de dez milhões de euros por mês para garantir a operacionalidade da empresa e pagar salários.
Em 2019, antes de ter sido nacionalizada, a Efacec faturava cerca de 430 milhões anualmente, atualmente fatura à volta de cem milhões de euros. a destruição de valor tem sido grande.
Em junho de 2020, quando a participação da Isabel dos Santos foi nacionalizada, a Efacec tinha cerca de 2400 trabalhadores, hoje tem cerca de 2000 e muitos dos seus quadros de topo e técnicos saíram para outros projetos, com a Siemens ou a Vestas.