Economia

Christine Lagarde elogia a Grécia, admitindo que é uma história de sucesso

A presidente do BCE disse esta quinta-feira em Atenas que a Grécia passou “a comparar muito bem com outros países do euro”, secundando a afirmação do governador do banco central helénico de que o seu país “é uma história de sucesso”

Thomas Lohnes

A Grécia “é uma história de sucesso”, afirmou esta quinta-feira, com grande entusiasmo, o governador do Banco da Grécia. E no final da reunião do Banco Central Europeu (BCE), em Atenas, a presidente do BCE, Christine Lagarde, também fez um rasgado elogio àquela economia, sublinhando que atualmente “compara muito bem com outros países do euro”.

Yannis Stournaras, o governador grego, e Christine Lagarde, a responsável do BCE, fizeram as declarações durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária realizada em Atenas, onde se decidiu fazer uma pausa no ciclo de subida dos juros iniciado em julho do ano passado.

O momento marcou o regresso de uma reunião do conselho do BCE à capital helénica, quinze anos depois. A última vez foi em 2008, durante a crise financeira, dois antes antes de a troika chegar a Atenas e do inicio do ciclo de crises da dívida pública e de resgates na zona euro.

A francesa que dirige o BCE disse, esta quinta-feira, abrir uma exceção à contenção habitual das suas declarações públicas sobre países membros do euro em concreto para falar da Grécia, quando questionada sobre a situação atual grega e italiana em termos de risco da dívida.

O spread da dívida italiana voltou, esta semana, a ultrapassar a linha vermelha dos 200 pontos-base (2 pontos percentuais) em relação ao custo de financiamento da dívida alemã, que serve de referência na zona euro. Em contraste, o spread da dívida helénica está atualmente muito abaixo do prémio exigido pelos investidores para a dívida italiana.

A redução substancial do prémio de risco grego tem sido um dos casos marcantes na zona euro, a par do que se registou também para Portugal e para Chipre.

O spread desceu de 258 pontos-base há um ano para 128 atualmente, menos de metade.

Segundo as projeções do algoritmo do portal World Government Bonds, o prémio deverá cair a pique até dezembro do próximo ano, quando deverá situar-se em 57 pontos-base, pouco mais de meio ponto percentual.

As projeções apontam para que a dívida grega a 10 anos registe no final de 2024 juros de 4,77%, inferiores aos estimados para as dívidas da Áustria, Bélgica, Finlândia e França. Os juros portugueses deverão situar-se, por essa altura, em 4,6% e os cipriotas em 4,7%.

Yannis Stournaras é governador do banco central helénico desde 2014 e foi nos dois anos anteriores ao início desse mandato ministro das Finanças, durante um período do resgate pela troika.