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Economia

Portugueses regressam ao carro e Brisa cresce a dois dígitos

Pires de Lima antevê um bom 2023 e apela ao governo que acelere a transição elétrica automóvel com incentivos fiscais à compra de elétrico e apoios à instalação de carregadores fora das zonas urbanas

Ana Baiao

“A Brisa vai ter um ‘bom’ 2023, com o crescimento das receitas a situar-se em quase dois dígitos (10%) face a 2019”, antevê António Pires de Lima. Uma boa notícia, já que 95% das receitas operacionais ainda têm origem nas concessões. Para trás ficam os anos de quebra da pandemia, pelos quais a concessionária quer ser recompensada.

A Brisa tem estado a entregar pedidos de reequilíbrio financeiro às autoridades competentes, nomeadamente ao IMT. Pires de Lima avança que já fez o pedido para a Autoestradas do Atlântico, e até o final do ano irá fazê-lo para a Brisal e para a BCR. “Depois compete ao Estado dar sequência ou não a esse pedido de reequilíbrio financeiro”, afirma. Se o Estado não o fizer, a Brisa avança para tribunal, avisa.

Pires de Lima reconhece que o turismo ajuda à recuperação do tráfego, embora represente apenas 5%. “O fator fundamental é a mobilidade dos portugueses. É preciso tirar conclusões: os portugueses regressaram ao automóvel assim que puderam.”

Por isso, alerta: “Temos de acelerar a transição para a mobilidade elétrica.” A Brisa dotou as 30 estações de serviço das suas autoestradas com 98 postos de carregamento elétrico rápidos. Mas fora dos grandes centros urbanos não há postos públicos de carregamento.

O gestor apela a que o poder político faça disso uma prioridade e crie incentivos fiscais, nomeadamente para a compra de carros elétricos. “É contraditório o discurso de que estamos avançados na transição para a mobilidade elétrica e depois apenas 1% do parque automóvel é completamente elétrico. É importante existirem incentivos públicos que permitam que as estradas nacionais tenham o mesmo tipo de infraestruturas”, defende.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.