Em pouco mais de um ano, os juros de referência do Banco Central Europeu (BCE) subiram 4,5 pontos percentuais, levando a sua taxa diretora a passar de zero para 4,5%. São já dez aumentos consecutivos, que colocaram esta taxa no segundo valor mais alto de sempre. Tudo para combater a inflação, que já está a descer, mas atingiu o nível mais elevado desde a criação da moeda única europeia. Era mesmo necessário? Ou o BCE foi longe demais na subida dos juros? Os economistas ouvidos pelo Expresso dividem-se. Há quem considere que era necessária face aos valores atingidos pela inflação - que chegou aos dois dígitos - e à sua persistência. Há ainda quem apresente argumentos para ter sido feita uma pausa em setembro. Há quem considere que as últimas decisões têm mais a ver com a defesa da base reputacional do BCE do que com os efeitos económicos da sua política. E quem aponte que os argumentos para a subida dos juros para travar a inflação estão errados, porque ela resulta dos lucros excessivos das empresas, e não de excesso da procura.
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O BCE foi longe demais na subida dos juros?
Economistas ouvidos pelo Expresso dividem-se sobre trajetória de aumento dos juros pelo Banco Central Europeu, que subiu mais um degrau na última quinta-feira. Há quem defenda que que era necessária, quem apresente argumentos para ter sido feita uma pausa em setembro, e quem critique toda a política de Frankfurt, avisando para os riscos de recessão na zona euro