O Presidente dos EUA, Joe Biden, assinou na quarta-feira uma ordem executiva que limita o investimento em tecnologia na China e noutros países, o que até já suscitou um protesto de Pequim, esta quinta-feira. Contudo, Biden afirmou que as políticas económicas estão a surtir efeitos.
O decreto estipula que as empresas norte-americanas deixarão de poder investir livremente no estrangeiro em tecnologias mais avançadas, como a inteligência artificial ou em computação quântica, se isso envolver "países problemáticos", nomeadamente a China, anunciou o Departamento do Tesouro.
A decisão, que resulta de uma ordem executiva assinada pelo Presidente Joe Biden, deve permitir "defender a segurança nacional americana protegendo as tecnologias críticas da próxima geração de inovações militares", sublinhou o Tesouro.
Esta é uma das ações mais importantes que o governo liderado por Joe Biden tomou para restringir o investimento dos EUA na China e ocorre após meses de conversações com membros do G7, grupo dos sete países mais ricos do mundo, que foram instados por Washington a tomar medidas semelhantes.
A medida impedirá as empresas de capital de risco dos EUA de investir em três setores-chave da economia chinesa: semicondutores, computação quântica e IA, adiantaram altos funcionários dos EUA durante uma conferência de imprensa por telefone.
Além disso, a ordem executiva estabelece que os cidadãos norte-americanos que fazem negócios no mercado chinês devem informar o governo dos EUA sobre os investimentos realizados em semicondutores, computação quântica e IA, três setores nos quais a China fez progressos significativos nos últimos anos.
Pequim está “extremamente descontente”
Pequim reagiu rapidamente, enviando a Washington um protesto através dos canais diplomáticos.
"A China está extremamente descontente e opõe-se firmemente à insistência dos Estados Unidos em introduzir restrições ao investimento na China", declarou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês num comunicado, acrescentando que o país está "muito preocupado com esta situação e reserva o direito de tomar medidas".
Numa declaração separada, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês também disse que o decreto "desvia-se seriamente dos princípios da economia de mercado e da concorrência leal que os Estados Unidos sempre promoveram, e afeta as decisões comerciais normais, prejudica a ordem do comércio internacional e perturba seriamente a segurança das cadeias industriais e de abastecimento globais".
Política económica está a renascer a economia norte-americana
Após o anúncio do decreto, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que as suas políticas económicas estão a reavivar a produção no país, durante uma viagem pelo oeste para recolher apoio para os seus esforços no emprego e combate à inflação.
Na sua visita, disse aos eleitores, com as presidenciais de 2024 no horizonte, que a agenda do presidente democrata desencadeou um renascimento no trabalho nas fábricas.
“Centenas de ações coordenadas por todo o governo estão a provocar um renascimento da indústria nos Estados Unidos”, sublinhou aos jornalistas o conselheiro climático da Casa Branca, Ali Zaidi, antes do discurso de Biden no Novo México.
Na viagem de Biden ao sudoeste norte-americano, o Presidente tem procurado contrariar algum pessimismo económico, que se intensificou no ano passado com o aumento da inflação.
Biden tem dados para apresentar, pois os empregos na indústria subiram para os valores totais mais altos em quase 15 anos e esta é a primeira vez desde a década de 1970 que o emprego na indústria recuperou totalmente de uma recessão, expandindo em 789.000 empregos desde que o Presidente eleito pelo Partido Democrata assumiu o cargo.
Mas o ritmo de crescimento do emprego na indústria diminuiu no ano passado. As fábricas estavam criar trabalho para cerca de 500.000 trabalhadores anualmente no verão passado, um número que no relatório sobre o emprego mais recente do governo caiu para 125.000 nos últimos 12 meses.