A economia dos Estados Unidos cresceu 2,6% entre abril e junho em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a estimativa avançada pelo Bureau of Economic Analysis, a entidade que avalia o crescimento económico.
Os analistas esperavam uma desaceleração em virtude do impacto da subida dos juros pela Reserva Federal norte-americana que, desde início do ano, aumentou a taxa diretora em 1 ponto percentual (100 pontos-base). Os juros subiram de 4,5% para 5,5%, no limite superior do intervalo em que costumam ser fixados. No primeiro trimestre, o crescimento económico foi de 1,8% em termos homólogos (em relação ao mesmo período do ano passado).
A aceleração também se verificou de um trimestre para o outro, o que é referido como variação em cadeia. Neste caso, a taxa de crescimento subiu de 0,5% nos primeiros três meses do ano para 0,6% entre abril e junho. Em termos anualizados, de 2% para 2,4%.
A aceleração deveu-se ao aumento da procura interna (que subiu de 1,4% para 2,5%) e ao dinamismo do investimento empresarial (cuja taxa de crescimento saltou de 0,6% para 7,7%). No entanto, o consumo privado e o comércio externo abrandaram.
A economia dos EUA revela-se, globalmente, resiliente apesar do aperto monetário. Os economistas do próprio banco central já abandonaram o cenário pessimista de uma recessão este ano. O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, disse esta semana, depois de anunciar uma subida dos juros em mais 25 pontos-base, que esperava um “abrandamento suave” este ano. O Fundo Monetário Internacional (FMI) na revisão de previsões que apresentou esta semana aponta para uma desaceleração anual de 2,1% em 2022 para 1,8% em 2023. A fatura do abrandamento mais severo parece ficar adiada para o próximo ano. Os economistas do FMI apontam para a descida do ritmo de crescimento para 1% no próximo ano.