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Economia

Reunião do G20 minada pela geopolítica e por um abismo na inflação

Os ministros das Finanças e responsáveis dos bancos centrais das 20 maiores economias reúnem-se até dia 18 na Índia. Da guerra de agressão da Rússia à Ucrânia às tensões nos mares da China, passando pelas disparidades nos níveis de inflação e nas políticas monetárias, o G20 é uma Torre de Babel

Bloomberg/Getty Images

Os ministros das Finanças e os responsáveis pelos bancos centrais das 20 maiores economias do mundo - designadas por G20, que integra a União Europeia como entidade plurinacional - estão reunidos em Gandhinagar na Índia desde esta sexta-feira até dia 18 de julho. A cidade é capital do estado de Guzerate, região onde nasceu Gandhi. No ano de 2023, o G20 está sob a presidência da Índia que tem uma cimeira agendada para 9 de setembro em Nova Delhi, que será precedida por um novo encontro dos ministros das Finanças e bancos centrais entre 5 e 6 de setembro.

Este encontro entre os responsáveis das políticas orçamental e monetária nas 20 maiores economias está marcado, no plano geopolítico, pela continuação da guerra de agressão da Rússia (um membro do G20) à Ucrânia e por tensões crescentes nos Mares da China (envolvendo diretamente cinco potências do G20). No plano económico há um quadro em que o crescimento mundial vai abrandar para menos de 3% em 2023, como recordou a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional numa mensagem prévia para o encontro publicada esta semana. Apesar do surto inflacionista persistir à escala mundial, há enormes disparidades nos níveis de inflação no seio dos 20 e a política monetária segue caminhos diferentes.

O Banco Central Europeu, o mais importante da União Europeia, faz-se representar na Índia por Fabio Panetta, membro da comissão executiva e futuro governador do Banco de Itália.