“Após o verão, serão muito importantes os sinais que o Banco Central Europeu (BCE) vai dar à economia. Deve ser dado tempo para que as medidas [de aperto monetário] já tomadas surtam efeito. Para se evitar morrer pela cura”, refere ao Expresso Pedro Marques, um dos eurodeputados portugueses que participou esta segunda-feira em Frankfurt numa reunião com Christine Lagarde, a presidente do banco, e com outros responsáveis da Comissão Executiva, nomeadamente Philip Lane, o economista-chefe.
A missão realizou-se a duas semanas da reunião do BCE a 27 de julho, para a qual já está antecipada uma nova subida dos juros em 25 pontos-base, e tendo no horizonte a importante reunião de 14 de setembro, em que os economistas do banco apresentarão novas projeções económicas.
A deslocação a Frankfurt faz parte do papel escrutinador do Parlamento Europeu (PE) em relação ao BCE. Trata-se de uma reunião anual que complementa as audiências trimestrais de Lagarde perante os eurodeputados da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários (ECON) que são designadas por “diálogo monetário”. No âmbito deste “diálogo”, a presidente do BCE já foi questionada pelos eurodeputados da ECON em março e junho. A missão desta segunda-feira envolveu 12 eurodeputados de seis grupos políticos representados no PE, incluindo dois portugueses, Pedro Marques e Margarida Marques, do Partido Socialista e da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, e foi chefiada por Irene Tinagli, presidente da Comissão e membro do Partido Democrático italiano, que também faz parte do mesmo grupo dos socialistas. O Partido Popular Europeu, de que faz parte o PSD português, fez-se representar pela polaca Danuta Hubner, uma eurodeputada de um país da União Europeia que não está integrado no euro.