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Christine Lagarde sai de Sintra com mensagens impopulares: subida dos juros é para manter e governos têm de acabar com ajudas

O ciclo de subida dos juros é para continuar e chegou o momento de os governos da zona euro começarem a descontinuar as ajudas lançadas para combater os efeitos da pandemia e da crise energética: a impopular mensagem de despedida de Christine Lagarde em Sintra

Horacio Villalobos/Getty Images

“Não estamos a considerar, por ora, nenhuma pausa [na subida dos juros]”, reafirmou Christine Lagarde, no painel final do Fórum anual do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, que decorreu de 26 a 28 de junho. A presidente do banco do euro confirmou que, na próxima reunião a 27 de julho, o conselho deverá voltar a subir os juros em 25 pontos-base, mas não antecipou as decisões para as três reuniões seguintes até final do ano, num momento em que os analistas de mercado anteveem que o pico do ciclo de aperto monetário possa acontecer na reunião de 14 de setembro, quando os economistas do BCE chefiados por Philip Lane apresentarão novas projeções para a inflação e o crescimento económico da zona euro.

Retirando do horizonte a perspetiva de paragem (pausa) do ciclo de subidas, que o Banco do Canadá e a Reserva Federal norte-americana equacionaram pontualmente, Lagarde espera, também, que os governos da zona euro ajudem a não tornar a missão de aperto monetário por parte do BCE ainda mais difícil.

“Por favor, governos, é agora o momento de reverter as medidas de ajuda. (…) De modo algum devem ser estendidas para 2024”