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Economia

Há 30 anos: penhora da retrete das Antas faz rolar duas cabeças

Com boas relações políticas e muita tolerância social, os clubes acumularam grandes dívidas ao Estado durante a década de 1990. Foram várias vezes executados, mas também receberam vários perdões fiscais. Um dos mais polémicos foi batizado de Totonegócio

Sérgio Granadeiro

As tensões entre o futebol e a Administração Fiscal são antigas, têm feito verter muita tinta ao longo dos anos, mas a década de 90 foi espe­cialmente fértil em casos polémicos e caricatos.

Com os clubes a acumularem dívidas sucessivas à Segurança Social e ao Fisco — as notícias, à data, falavam em 10 milhões de contos (cerca de €50 milhões) —, em março de 1994 um chefe de finanças do Porto ordenou a penhora do Estádio das Antas e alguns anexos, entre os quais se incluíam balneários e a casa de banho dos árbitros, e foi protagonista involuntário da insólita “penhora da retrete”.