O vídeo já tinha deixado há muito de matar estrelas da rádio, quando a Spotify começou a tentar dar nova vida à indústria da música na internet. Corria o mês de abril de 2006 e na Europa só se falava de Nokia, a princesa dos telemóveis, que vivia o auge da glória com o N95. Tendo em conta a pirataria generalizada, só alguém muito ousado poderia acreditar que era possível fazer negócio com música legal, mas nada demoveu Daniel Ek e Martin Lorentzon de firmarem a marca em Estocolmo, na Suécia. A aposta haveria de se justificar: do outro lado do golfo de Bótnia o poderio dos telemóveis da finlandesa Nokia foi desbaratado, mas hoje a Spotify é possivelmente o único gigante europeu da internet, com mais de 515 milhões de contas e mais de 30 mil milhões de dólares de valorização. O que implica saber bem quando chega a hora de mudar. Até porque no histórico da empresa não faltam trimestres que fecharam com prejuízo.
“Começámos com a curadoria de conteúdos digitais, que era feita pelos utilizadores. Depois passámos para as recomendações e chegámos às playlists [listas de reprodução de músicas]. Agora estamos a mudar para a geração de conteúdos, com ferramentas como o DJ AI”, descreve Gustav Söderström, copresidente da Spotify.