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Economia

Número de profissionais com mais de 65 anos aumentou 88% em dez anos

Trabalho. Instabilidade económica e aumento da inflação estão levar os trabalhadores a adiar a decisão de reforma. Tendência deverá acentuar-se

Em 2022, mais de 209 mil trabalhadores entre os 65 anos e os 89 anos continuavam a trabalhar
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Entre 2012 e 2022, o número de trabalhadores entre os 65 e os 89 anos que se mantiveram em funções no mercado de trabalho nacional aumentou 88%, para 209,4 mil. Este grupo representa menos de 5% do total da população empregada no país, mas foi o que registou maior crescimento na última década, mostram os dados anuais do Inquérito ao Emprego, do Instituto Nacional de Estatística (INE), analisados pelo Expresso. Economistas falam num adiamento da reforma por motivos económicos, mas também numa reconfiguração do mercado de trabalho que as empresas não conseguem acomodar. Recorde-se que uma parte destes trabalhadores está ainda abaixo da idade de reforma, que está em 66,4 anos.

Os indicadores do INE mostram que ao longo da última década o aumento da população empregada — que em 2022 atingiu o máximo histórico de 4,9 milhões — foi sustentado pelo aumento de trabalhadores nos escalões acima dos 35 anos, mas, sobretudo, nos dois escalões mais seniores, o dos 55 aos 64 anos e o dos 65 aos 89 anos. Estes dois grupos, entre 2012 e 2022, tiveram um aumento de, respetivamente, 80,4% e 88%, no número de trabalhadores empregados (ver infografia).