Economia

Inflação da zona euro cai ligeiramente em fevereiro para os 8,5%, Portugal está a meio da tabela

Portugal foi o 11.º país com a taxa de inflação mais alta entre os 20 países da moeda única, com 8,6%, de acordo com o Eurostat

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A taxa de inflação da zona euro caiu em fevereiro para os 8,5%, estima o Eurostat, a autoridade estatística da União Europeia (UE). Esta queda foi, contudo, ligeira, de apenas 0,1 pontos percentuais face à taxa de inflação de janeiro. Portugal foi o 11.º país com a taxa de inflação mais alta entre os 20 países da moeda única, com 8,6%.

Em fevereiro, o segmento com aumento mais rápido dos preços foi o dos bens alimentares, álcool e tabaco. Se em janeiro, estes produtos já custavam mais 14,1% do que há um ano, em fevereiro o ritmo de subida acelerou. Estes bens custam, em fevereiro de 2023, mais 15% do que em fevereiro de 2022, estima o Eurostat.

Este segmento foi o que mais contribuiu para a variação de fevereiro do índice harmonizado de preços no consumidor, vulgo taxa de inflação harmonizada, o indicador usado pelo Eurostat para permitir comparações de evolução dos preços entre os países da UE.

Entre os bens alimentares, a taxa de inflação dos bens alimentares não-processados, como fruta, legumes, peixe e carne crus, foi menor - 13,6% - do que a dos bens alimentares processados, álcool e tabaco, de 15,5%.

A seguir, com um ritmo de subida de preços menor esteve o segmento da energia, com uma taxa de 13,7% em fevereiro. Em janeiro, a inflação deste componente fora de 18,9%. Os bens industriais não-energéticos registaram uma taxa de inflação de 6,8% em fevereiro (em janeiro fora de 6,7%). O ritmo de subida dos preços nos serviços acelerou para 4,8% em fevereiro, face a 4,4% um mês antes.

Portugal acima da média do euro (mas pouco)

A taxa de inflação harmonizada de Portugal está estimada nos 8,6%, e manteve-se inalterada face a janeiro. A taxa de fevereiro está 0,1 pontos percentuais da média estimada para os 20 países da moeda única. É superado por países como os Países Baixos, com 8,9%; a Alemanha, com 9,3%; e Itália, com 9,9%.

Os países do Báltico continuam a ser os mais penalizados, com ritmos anuais de subida dos preços na ordem dos dois dígitos. A Letónia é a líder de fevereiro, com uma taxa de inflação harmonizada de 20,1%, seguida da Estónia, com 17,8%, e da Lituânia, com 17,2%.

Sete países entre os 20 que constituem a zona euro registaram um aumento da taxa de inflação anual face a janeiro, contando-se entre eles as maiores economias do clube da moeda única. Eslováquia, Alemanha, Países Baixos, Irlanda, França, Malta, e Espanha têm estimativas para fevereiro superiores às taxas de inflação do mês anterior. O que pode sinalizar dificuldades acrescidas no controlo da inflação, e pressão adicional sobre os decisores de política monetária do Banco Central Europeu para aumentar as taxas diretoras.