Depois de ter resistido durante meses, o impacto da incerteza associada à guerra na Ucrânia, da escalada da inflação e da subida dos juros, levando a um abrandamento da atividade económica em Portugal, começa a notar-se no mercado de trabalho nacional. Sinal disso, os dados publicados esta semana pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) dão conta de um aumento do número de desempregados registados no país pelo sexto mês consecutivo. Uma evolução em linha com a subida da taxa de desemprego apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Economistas ouvidos pelo Expresso falam em “fim de ciclo na descida do desemprego” e antecipam novos aumentos do desemprego este ano, ainda que afastem o cenário de incrementos expressivos.
Em janeiro estavam inscritos nos centros de emprego em Portugal 322.086 desempregados, mais 15.081 do que no mês anterior, ou seja, face a dezembro de 2022, o que significa um aumento de 4,9%. Foi o sexto mês consecutivo de incremento do desemprego registado, indicam os dados do IEFP, numa tendência iniciada em agosto do ano passado. Se compararmos com julho de 2022, quando o número de desempregados inscritos nos centros de emprego atingiu mínimos históricos, com 277.466 pessoas, encontramos mais quase 45 mil desempregados.