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Economia

Davos: Lagarde distancia-se dos otimistas, mantém subida dos juros, e quer rapidamente mercado único de capitais

No Fórum Económico Mundial, a presidente do BCE não acompanhou a onda atual de que a zona euro não vai ter nenhuma recessão em 2023 e considerou urgente concluir o mercado único de capitais para poder financiar com capitais privados a transição digital e climática

Wolfgang Rattay/Reuters

Christine Lagarde não se comprometeu, esta quinta-feira, com a recente onda oficial de otimismo de que 2023 vai escapar mesmo a uma recessão. A presidente do Banco Central Europeu (BCE) participou num painel sobre a Europa no Fórum Económico Mundial juntamente com o vice presidente da Comissão Europeia e com os primeiros-ministros da Holanda e da Croácia (que entrou a 1 de janeiro no euro).

A mensagem mais forte da francesa centrou-se no que considera um “passo” fundamental que está por cumprir: a conclusão do mercado único de capitais na União Europeia. A razão para esta pressa em relação a uma etapa que se arrasta, pelo menos, desde 2015, é que a transição digital e climática vai precisar dos capitais privados e o mercado de capitais é o veículo certo. “Os capitais próprios [dos privados] são o melhor caminho para injetar financiamento nessa transição. O dinheiro público não vai ser suficiente. Os mercados de capitais são necessários”, enfatizou, no que foi seguida por Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, e por Christian Sewing, CEO do Deutsche Bank alemão.