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Mais de 3 mil credores do Banif têm 950 milhões de euros a receber, mas só há 58 milhões para distribuir

Com €489 milhões de créditos, o Fundo de Resolução e uma ex-trabalhadora estão em posição privilegiada entre os credores do antigo Banif e devem esgotar verbas disponíveis na liquidação. Resolução foi há sete anos

nuno botelho

Mais de sete anos depois de o Banco de Portugal ditar o seu fim, há finalmente uma lista de credores reconhecidos do Banif. Milhares de reclamações de particulares que perderam dinheiro no banco do Funchal foram validadas, mas é praticamente certo que nada receberão na liquidação, já que o Fundo de Resolução vê confirmado que tem direito aos 489 milhões de euros que gastou em 2015 com privilégio na recuperação – praticamente esgotando as verbas disponíveis.

Depois da polémica política que quase motivou uma comissão de inquérito e com base na qual o PSD colocou um conjunto de perguntas ao primeiro-ministro (que dois meses depois ainda aguardam resposta), o Banif volta ao espaço mediático porque a comissão liquidatária fechou a lista de credores da instituição que foi fundada por Horácio Roque e que tinha forte presença nas ilhas portuguesas.

Segundo a informação obtida pelo Expresso junto de fonte ligada ao processo, foram entregues 6109 reclamações de crédito, que agregavam mais de 7000 reclamantes, porém nem todas foram reconhecidas. A comissão liquidatária teve de analisar os créditos e aferir se tinham razão para serem incluídos na listagem e concluiu que há apenas 3510 credores reconhecidos, num valor global de 951 milhões de euros.