Economia

Probabilidade de Alemanha ter de racionar gás no inverno diminuiu, aponta o Commerzbank

Embora a descida de temperaturas no inverno continue a ser um risco, os economistas do Commerzbank consideram que a Alemanha está bem encaminhada para não ter de racionar gás nem sofrer um colapso económico

AMELIE QUERFURTH/GETTY

Os economistas do Commerzbank estão mais otimistas quanto à possibilidade de a Alemanha passar por este inverno sem a necessidade de racionar gás natural.

“Apesar das temperaturas mais baixas, as empresas e as famílias reduziram o seu consumo de gás natural em 20% ou mais nas últimas duas semanas. Ao mesmo tempo, continua a entrar mais gás na Alemanha, e fica no país uma parte maior do que a que prevíamos. Isto aumenta as possibilidades de a Alemanha passar o inverno sem racionar gás natural”, escrevem os economistas Ralph Solveen e Bernd Weidensteiner numa nota de análise divulgada esta sexta-feira pelo Commerzbank.

Os economistas sublinham que os níveis de armazenamento de gás na Alemanha rondam os 98%, mais 17 pontos percentuais do que o que o banco havia estimado para esta altura do ano. Além disso o consumo também caiu mais do que o que Commerzbank havia projetado no início de outubro.

A redução de consumo foi em parte explicada pelo facto de as temperaturas dos últimos meses terem sido superiores às do mesmo período do ano passado, mas mesmo ajustando o efeito da temperatura registou-se uma redução de consumo de 11% em termos homólogos. Um outro contributo foi uma descida no consumo de gás para a produção de eletricidade.

“A Alemanha está bem encaminhada para passar por este (e o próximo) inverno sem racionar gás natural. Isto torna uma queda da economia nos próximos meses muito menos provável”, apontam os economistas do Commerzbank, ressalvando, contudo, que o principal fator de risco continua a ser a meteorologia.

Os autores da análise estimam que por cada grau a menos na temperatura na Alemanha o consumo semanal de gás aumente mais de 1 terawatt hora (TWh), o que equivale a 0,5% da capacidade de armazenagem de gás natural do país.