Economia

Pedro Nuno Santos congratula-se com lucro da TAP e avisa que greve é o pior que podia haver

Ministro das Infraestruturas coloca-se ao lado da presidente da TAP contra paralisação de tripulantes. Pedro Nuno Santos defende que lucros não são sinal de que tudo está bem na companhia aérea

Pedro Nuno Santos
MIGUEL A. LOPES

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, congratulou-se com o desempenho positivo da TAP no trimestre do verão, por abrir “perspetivas muito interessantes” para o futuro da empresa (numa altura em que a venda é um assunto), mas não abre a possibilidade de colocar o fim aos cortes que estão em vigor. Aliás, a greve de tripulantes que está em cima da mesa seria “o pior que poderia acontecer”.

As declarações do ministro das Infraestruturas tiveram lugar esta quinta-feira, 3 de novembro, no antigo Ministério do Mar, em Algés, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, em que uma das questões foi a TAP, embora não tenha sido tema da reunião.

“É muito relevante sabermos que a companhia aérea em que poucos depositam esperança tenha dado um lucro superior a 110 milhões de euros [no terceiro trimestre]. Abre perspetivas muito interessantes sobre o futuro da companhia aérea e nega todas as declarações catastrofistas”, declarou o governante.

De qualquer forma, ressalvou Pedro Nuno Santos, não é tempo de “iniciar o fim dos cortes, antes de termos a situação claramente estabilizada”. Apesar do lucro no terceiro trimestre, que beneficiou do turismo de verão, o balanço anual ainda é de prejuízo. E há “um plano de reestruturação muito desafiante para implementar”, lembrou o ministro.

Foi nesse sentido que o ministro se colocou contra a greve de tripulantes de cabine, tal como a presidente da TAP, Chrisrine Ourmières-Widener.

“Obviamente que o pior que poderia acontecer era termos uma greve que cause disrupção na vida da companhia”, disse Pedro Nuno Santos, deixando ainda uma nota: que é preciso ter “em consideração o esforço tremendo que o povo português fez para que a TAP não desaparecesse”.

Esta quinta-feira os tripulantes aprovaram a marcação da greve para 8 e 9 de dezembro.

Venda não é “inversão de estratégia”

Sobre a venda da companhia, Pedro Nuno Santos disse que nunca defendeu que a TAP ficasse 100% pública. “Não há nenhuma inversão da estratégia”, disse o governante, acrescentando que o objetivo sempre foi a integração noutro grupo.

A Lufthansa, a Air France-KLM e a IAG são os grandes grupos de aviação a manifestar interesse pela empresa.

O ministro não deu prazos para o processo de abertura de capital da companhia aérea.