Está instalada a polémica e, mais preocupante, a incerteza sobre a evolução dos preços da eletricidade em Portugal. A escalada do tema deu-se a partir do momento que foi divulgada, no domingo, parte da entrevista do presidente da Endesa Portugal à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, na qual Nuno Ribeiro da Silva afirmou que “as pessoas vão ter uma desagradável surpresa” já nas faturas de julho, sinalizando aumentos de 40%, e até superiores, em relação aos montantes “que os consumidores pagavam”. O ‘culpado’, apontou o responsável, é o mecanismo que trava os preços do gás natural usado na produção da eletricidade, em vigor no mercado ibérico por decisão dos governos português e espanhol, com o aval de Bruxelas.
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Fatura da luz pode não aumentar já, mas travão ao preço do gás vai ser pago pelos consumidores
O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, trouxe para o debate público o mecanismo ibérico de controlo do custo do gás natural usado na produção de eletricidade e, embora se desconheçam as contas do anunciado aumento de 40% (e qual a parcela na fatura que está em causa), há duas certezas: não é claro de que forma o custo com este travão vai ser imputado aos clientes, nem é líquido que os consumidores com tarifas fixas sejam poupados