Economia

Dieselgate: Unidade de pesados da Toyota falsificou emissões de carbono desde 2003

A fabricante de veículos pesados Hino (detida em mais de 50% pela Toyota) falsificou dados sobre as emissões de carbono e desempenho de combustível de alguns motores desde, pelo menos, 2003

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É mais um Dieselgate no grupo. Uma filial da Toyota no Japão falsificou dados sobre as emissões de carbono de alguns motores desde, pelo menos, 2003, mais de uma década antes do que o indicado previamente, segundo uma investigação pedida pela fabricante japonesa de automóveis.

De acordo com a agência "Reuters", o comité de investigação foi criado pela Hino este ano após admitir que efetivamente tinham sido falsificados dados relacionados com as emissões de carbono e desempenho de combustível de quatro motores.

A investigação encontrou evidências de que as falsificações remontavam a, pelo menos, 2003, ao contrário do inicialmente indicado (2016). Logo em março o Ministério dos Transportes revogou a certificação da empresa e disse que iria fazer uma investigação no local.

Em causa está a fabricante de autocarros e camiões Hino Motors. De acordo com a equipa que lidera a investigação, a "culpa" é do ambiente tóxico de trabalho japonês, onde os engenheiros não se sentiam capazes de desafiar os seus superiores.

"A magnitude dos seus sucessos passados ​tornou-os incapazes de mudar ou olhar para si mesmos objetivamente, e eles desconheciam as mudanças no ambiente externo e nos valores", disse o presidente do comité, Kazuo Sakakibara, antigo procurador do Ministério Público de Osaka.

O presidente da Hino, Satoshi Ogiso, revelou ter recebido uma mensagem do presidente da Toyota, Akio Toyoda, que disse que a má conduta na Hino traiu a confiança de todas as partes interessadas. De notar que a Toyota detém 50,1% da Hino.

Como resultado, a fabricante de pesados irá apresentar nos próximos três meses um novo sistema de gestão empresarial.

A Hino disse que já recolheu 47.000 veículos fabricados entre abril de 2017 e março deste ano e que mais 20.900 serão recolhidos.

Já em 2018 o governo japonês disse que a Mazda, a Suzuki e a Yamaha testaram incorretamente os veículos quanto à poupança de combustível e emissões. Também a Nissan e a Subaru estavam a ser escrutinadas quanto ao assunto.