Economia

Lucro do Santander em Portugal quase triplica para 241 milhões de euros

Alívio na constituição de provisões e imparidades ajuda contas do Santander no primeiro semestre. Proveitos caíram

TIAGO MIRANDA

O lucro do Santander em Portugal quase triplicou nos primeiros seis meses do ano, totalizando 241 milhões de euros, quando era apenas de 81 milhões de euros no período homólogo, segundo o comunicado divulgado esta quinta-feira, 28 de julho.

O resultado de exploração do banco presidido por Pedro Castro e Almeida até baixou, com menos proveitos, mas a constituição de imparidades e provisões teve um impacto muito menor do que no primeiro semestre de 2021: custaram em torno de 20 milhões, quando antes tinham sido de mais de 300 milhões para pagar a reestruturação por que o banco passou.

Foi esse alívio que deu um maior lucro ao Santander Totta nos primeiros seis meses deste ano

Proveitos em queda

A nível de proveitos, a margem financeira (diferença entre juros nos créditos e juros nos depósitos) deslizou 3,4% para 370 milhões de euros. O banco justifica com o “contexto concorrencial competitivo, que continuou a pressionar os spreads de crédito”. Manuel Preto, administrador financeiro, considera que são bons resultados e lembra que ainda é uma margem financeira obtida com juros negativos, antes do início da normalização pelo Banco Central Europeu.

As comissões cobradas aos clientes, com a maior oferta de seguros e a concessão de crédito à habitação, dispararam 17,9% para 239,5 milhões de euros. As operações financeiras renderam menos 87%, porque no início do ano passado tinha havido ganhos devido à venda de dívida pública.

Assim, na soma das rubricas de proveitos, o produto bancário recuou 14,5% para os 612,9 milhões de euros.

O deslize dos custos operacionais foi da mesma ordem, de 14,6%, fixando-se nos 242,6 milhões de euros. A contar esteve o efeito do emagrecimento face ao ano anterior: o banco contava em junho com 4 696 funcionários, menos mil do que um ano antes e menos 100 face ao fim de 2021, dispersos por 341 agências (menos 27 em relação a junho de 2021).

Descontando as operações intragrupo ou outros itens, o contributo da operação portuguesa foi de 225 milhões de euros para o Grupo Santander, que atingiu lucros de 4,9 mil milhões de euros, sobretudo devido ao Brasil e aos EUA.

A nível de operação, o crédito a particulares subiu 6,6% para 24,9 mil milhões de euros, enquanto o crédito a empresas cedeu 2,8% para quase 16 mil milhões de euros. Os depósitos cresceram 6,9% para 40,2 mil milhões de euros.

Os rácios de capital do banco continuam a ter uma signfiicativa almofada: o rácio mais exigente (CET1) era de 21,4% em junho deste ano, mais do “dobro do exigido”, que é de 8,344% frisou Manuel Preto.

(em atualização)