Economia

Técnicos em Bruxelas veem riscos na crise da aviação em Portugal, Gentiloni para já desdramatiza

Bruxelas coloca Portugal a crescer acima da Zona Euro em 2022, mas avisa para os riscos de o crescimento se deteriorar: por causa da guerra e do setor da aviação, que pode afetar o turismo. Comissário da Economia diz que dados atuais não causam preocupação

Ricardo Mussa

Em contraciclo com o forte abrandamento da economia europeia em 2022, Portugal vê, uma vez mais, o crescimento ser revisto em alta. De acordo com a previsão libertada esta quinta-feira, a economia portuguesa deverá crescer os 6,5% este ano, bem acima da média da União Europeia (2,7%) e da Zona Euro (2,6%).

Contudo, os técnicos europeus avisam para o risco e a possibilidade de o crescimento se deteriorar, não só como resultado da guerra na Ucrânia, mas também tendo em conta "o contexto de preocupação crescente sobre a falta de pessoal no setor da aviação, que pode ter repercussões negativas no turismo externo em Portugal".

Riscos que ainda não se materializaram, mas que os técnicos incluíram na documentação sobre as Previsões Económicas de Verão. Contudo, questionado sobre os mesmos, o comissário da Economia tende a não valorizar para já os problemas para Portugal.

"Temos dificuldades no setor da aviação, assinalados em alguns países e alguns grandes aeroportos", admite Paolo Gentiloni, mas acrescenta que "para já, os dados sobre voos internacionais para Portugal não são fonte de preocupação".

Esta quinta-feira, a partir de São Paulo, a presidente da TAP também se mostrava otimista. "Lisboa está a recuperar mais depressa do que outros aeroportos. (...) Em duas semanas já vemos melhorias”, afirmou Christine Ourmières-Widener, durante uma visita ao Brasil. O diálogo com os sindicatos, para aceitarem os níveis salariais e reforçarem o trabalho extraordinário, tem sido diário e vai continuar.