Economia

Uber perde €5,6 mil milhões no primeiro trimestre de 2022

Apesar do enorme aumento dos prejuízos, a empresa aumentou as receitas, com os resultados negativos a serem atribuídos ao forte aumento de custos, fundamentalmente investimentos e incentivos para atrair motoristas e passageiros

Justin Sullivan/Getty Images

A multinacional norte-americana de transporte Uber anunciou esta quarta-feira resultados líquidos negativos de 5,9 mil milhões de dólares (5,6 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022, 55 vezes acima daquele que foi registado no período homólogo.

Apesar do enorme aumento dos prejuízos, a empresa aumentou as receitas, com os resultados negativos a serem atribuídos ao forte aumento de custos, fundamentalmente investimentos e incentivos para atrair motoristas e passageiros.

Desde que passou a ser cotada em bolsa, a Uber não em parado de apresentar resultados negativos, com a exceção de alguns trimestres. Porém, o seu administrador-delegado, Dara Khosrowshahi, sustenta que a empresa está no caminho adequado para começar a apresentar lucros de forma consistente.

Nos primeiros três meses do ano, a Uber faturou 6,9 mil milhões de dólares, o que compara com os 2,9 mil milhões faturados no mesmo período do ano anterior. O principal obstáculo no caminho da Uber para a rentabilidade é a forte relação entre receitas e custos, que leva a que quando a faturação cresce, também subam os gastos, especialmente em pagamentos a motoristas, descontos e ‘marketing’.

Durante o último ano, coincidindo com a recuperação da atividade económica depois do período mais grave da pandemia do novo coronavirus, os trajetos na Uber subiram 27%, em termos anuais.

Das duas grandes áreas de negócio da Uber, a do transporte de passageiros foi a que mais cresceu, 58% no primeiro trimestre, e aproximou-se, tanto em quantidade de viagens como de faturação, à área que foi a grande beneficiada durante a pandemia, a saber, a do serviço de entrega de comida ao domicílio, a Uber Eats.

Ao mesmo tempo, o serviço d entrega de encomendas, o Uber Freight, apresenta o maior ritmo de crescimento dos segmentos de negócio do grupo, ao multiplicar a sua faturação por seis, mas o seu volume continua muito abaixo dos da alimentação e passageiros.

No total, a Uber conta com 115 milhões de utilizadores, que recorrem aos seus serviços pelo menos uma vez por mês. Ao saírem muito piores do que esperado pelos analistas e investidores, as contas da Uber provocaram uma acentuada desvalorização imediata do título, que chegou a estar a perder 11,62% durante a sessão, acabando o dia a recuar 4,65%.