Economia

Santander em Portugal vai dar mais €273 milhões em dividendos

Depois de ter distribuído quase 500 milhões de resultados congelados nos anos da pandemia, o Santander Totta vai agora entregar mais 273 milhões. Banco realizará ainda aumento de capital de 135 milhões

Pedro Castro Almeida, CEO do Santander em Portugal. Foto: António Pedro Ferreira

O Santander vai entregar 273 milhões de euros em dividendos à sua casa-mãe, de acordo com a distribuição de resultados que foi decidida pela administração. Trata-se de uma nova remuneração depois do pagamento de lucros passados que teve lugar já em 2022, um ano em que também realizará um aumento de capital de 135 milhões de euros.

O montante que seguirá para os acionistas representa 90% do resultado líquido individual obtido pelo Santander em 2021 (303 milhões), mas é superior ao lucro consolidado do banco no país (270 milhões).

Em 2020 e em 2021, por conta dos resultados dos anos imediatamente anteriores, o Santander não pagou dividendos devido à recomendação do Banco Central Europeu durante a pandemia de covid-19. O dinheiro devia ficar congelado para reforçar os capitais. E ficou.

Mas em fevereiro de 2022, já com o fim desse limite de Frankfurt, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida anunciou que iria pagar dividendos de cerca de 480 milhões de euros por conta dos resultados anteriores, admitindo que podia pagar também remuneração acionista posterior. E, agora, é isso que acontece: mais 273 milhões por conta dos lucros de 2021.

A assembleia-geral que aprovará a distribuição ocorre a 4 de maio. O banco Santander é detido em 98,76% pelo Santander Totta SGSP e em 1,16% pela Taxagest, ambas controlados pelo grupo espanhol.

Aumento de capital de 135 milhões

Na mesma assembleia-geral, o Santander Totta vai também decidir um aumento de capital de 135 milhões de euros.

“Este montante resulta da conversão das prestações acessórias, que foram dadas pela acionista Santander Totta SGPS, no ano de 2006”, segundo resposta do banco ao Expresso.

As prestações acessórias são uma espécie de empréstimo, que não tinham juros associados nem nenhum prazo de reembolso definido. Podiam ser reembolsadas, mas a opção do banco foi transformá-las em capital. Não é propriamente um reforço com verbas novas, porque elas já estavam no banco, mas acontece, na prática, com o banco a admitir que o dinheiro recebido naquela espécie de financiamento do acionista afinal não é para devolver.