Economia

Combustíveis: líder executivo da Galp garante que não são os refinadores nem os retalhistas quem mais está a ganhar

Presidente da Galp afirma que a maior fatia dos ganhos da subida dos preços dos combustíveis está a ir para os produtores de petróleo. E alerta que limitar margens pode ser prejudicial ao consumidor

Plataforma flutuante da Galp no campo Lula, no Brasil.

O presidente executivo (CEO) da Galp, Andy Brown, garantiu esta quarta-feira que os elevados preços dos combustíveis rodoviários não têm nem os refinadores nem as gasolineiras como maiores beneficiários.

"Os refinadores estão a fazer 5 a 6 cêntimos por litro", observou Andy Brown num encontro com a imprensa esta quarta-feira, para analisar a presente conjuntura do mercado energético. E lembrou que a carga fiscal continua elevada, absorvendo uma boa parte do que o consumidor paga pela gasolina e gasóleo.

Descontando os impostos, "são os produtores de petróleo que estão a fazer a maior parte dos ganhos, não são os refinadores nem os retalhistas", declarou o CEO da Galp.

No primeiro trimestre deste ano a margem de refinação da Galp atingiu os 6,8 dólares por barril, acima dos 5,5 dólares por barril alcançados no quarto trimestre e dos 1,9 dólares do primeiro trimestre de 2021.

No encontro com a imprensa Andy Brown também criticou a ideia de limitar as margens das gasolineiras.

"Temos um ambiente concorrencial na venda de combustíveis. Competimos de forma transparente. Oferecemos aos clientes fidelizados bons descontos", realçou o gestor.

"O cálculo da margem e de quanto cada empresa retém para si é muito complexo", sublinhou Andy Brown, alertando que "Portugal será um caso excecional na Europa" se avançar com a limitação das margens nos combustíveis.

"No momento em que isso avançar haverá deslocalizações que podem não ser do melhor interesse dos consumidores", alertou ainda Andy Brown.