O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, disse, esta segunda-feira, na conferência de imprensa relativa ao Conselho de Ministros, que "para já não há nenhum imposto" como os "windfall taxes" - um imposto especial sobre lucros extraordinários de empresas. Mas que um imposto deste género pode vir a ser necessário pois "o Estado não tem recursos infinitos".
Os "windfall taxes" são um imposto sobre os lucros extraordinários das empresas devido aos aumentos dos preços.
O Governo tinha já admitido, na sexta-feira, na Assembleia da República, a possibilidade de adotar um imposto deste estilo.
O ministro sublinhou que "não há nenhuma medida desse teor", mas que estão a averiguar todas as possibilidades e que esta medida foi inclusive suscitada pela União Europeia.
"Estamos a viver situações excecionais e as vezes é necessário medidas excecionais. Se houver lugar à existência de lucros inesperados e aleatórios (...) estaremos atentos a isso porque o Estado não tem recursos infinitos e não pode ajudar todos os setores", explicou.
Costa Silva explicou que este tipo de imposto aplica-se a situações fora do comum, como por exemplo, se uma empresa tiver lucros de 20% e, de repente, passar a ter lucros de 80% derivados na conjuntura. Se tal acontecer, não é automaticamente feito o imposto, mas primeiro irão debater com a empresa em questão.
"Não tem nada de drama, não tem nada de novo. Os EUA têm [este imposto], Espanha tem, Itália tem, outros países têm", declarou, por fim.
Este fim de semana, no seu comentário semanal da SIC, Luís Marques Mendes considerou que o ministro da Economia teve e "mau começo" quando, na semana passada, admitiu um imposto extraordinário. Porque ainda não está nada estudado, e porque o país já tem impostos a mais, e as empresas precisam é de estímulos.